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sábado, 6 de julho de 2013

ECOS DE LEMÚRIA -Marcelo Cavalcante



Desperto confuso e me encontro
no eixo do mundo
num feixe de perguntas
fico sem pai nem mãe
nesta coivara,
nesta miséria,
neste mesmo laço de bem e mal.

Disperso o sono e vejo
outro lixo terrestre
em páginas antigas
de um livro mais antigo
num outro Saara,
numa outra Sibéria,
neste vasto espaço sideral.

Confesso o abuso e me espanto
com o piche imundo
num nicho de assuntos
prolixos de falas vãs,
neste tugúrio,
nesta Lemúria,
nesta velha nave não espacial.




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