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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Convite para lançamento do livro - Convesando com Elias



Os Iluminados - Em breve em formato ebook para baixar gratuitamente - Autor -Telmo Braun

Capítulo 1

"— Há quantos anos ele vinha predizendo o desastre. Alguém o levou a sério? Os poderosos preferiram ocultar os acontecimentos, não revelando nada ao povo ou ao mundo, como queiram. E agora o que faremos? Onde ele está?
— Pense bem, ministro. Tudo que aconteceu de anormal em toda a história da humanidade, sempre foi estritamente ocultado. Isso não é uma deliberação de governos vigentes. Certos fatos se revelados causariam pânico, mortes e talvez até dissolução de sociedades organizadas.
— Mas poder-se-ia trabalhar em frentes alternativas sem o conhecimento da população. Mas o que fizeram: demitiram-no como também toda sua equipe e sem mais nem menos botaram inapelavelmente na lata de lixo vinte anos de pesquisa.
— Mas, ministro, qual a desculpa que o executivo ia dar para conseguir mais verbas? Que monstros vinham de outros mundos para nos destruírem? O senhor acha que o estado conseguiria patrocinar, com o dinheiro do contribuinte, teorias tão estapafúrdias e durante tantos anos? Foram vinte anos, senhor ministro.
— Tudo bem, senador, o senhor não deixa de ter razão. Mas a pergunta que se faz urgente: O que faremos agora?
— Eu não sei... Talvez devêssemos convocar uma reunião entre os líderes das nações, para discutirmos o assunto.
— O tempo é escasso, senador. As notícias mais recentes dão conta do extermínio de milhares de cabeças de gado, milhares e milhares de cabras, ovelhas e porcos pelo mundo afora somente neste fim de semana. Somando-se a isso que a maioria dos incidentes não é relatada. Pequenos criadores de estâncias longínquas não o têm como fazer. Consolam-se com os prejuízos, acreditando serem vítimas de lobos selvagens ou felinos provenientes das montanhas. Muitos abandonam suas pequenas propriedades e se mudam para as grandes cidades aumentando a pobreza e a fome.
De repente o Secretário da Defesa entra apressadamente na sala e interrompe a conversa.
— Senhores: Tenho a mais recente informação de que um fazendeiro no centro oeste avistou um predador. De fuzil em punho seguiu-o através da ravina...
— Conseguiu matá-lo? — indagou o ministro.
— Matá-lo? Ah!... Pasmem... O animal sumiu em frente a seus olhos.
— Bem... A teoria do doutor Alvim era de que entravam e saíam de nossa dimensão.
— Teorias, ministro Danton, teorias.
— Teorias calcadas na constatação de que jamais alguém conseguiu apanhá-los vivos ou mortos. O mundo, senador, está diante de uma evidência que teorias fantasiosas tornar-se-ão críveis. A população curvar-se-á diante da possibilidade da tragédia mais calamitosa que a humanidade enfrentou — disse assustadoramente o secretário, virando-se para a janela que dava para o mar de edifícios no centro da cidade.
— Concordo — disse o ministro. — Em todas as guerras que o homem travou, sempre conhecia o inimigo. Em todas as tragédias naturais, tempestades, vulcões, terremotos, o homem conhecia ou pelo menos imaginava as perdas e se organizava para reconstruir o futuro. Mas, agora, senhores... qual será o futuro? Alguém aqui ou lá fora tem ideia do que vai acontecer a humanidade? Lutar com um inimigo que desaparece em frente aos seus olhos e reaparece em outro lugar.
O secretário interrompe a narrativa do ministro.
— Senhor ministro, senhor senador... Tenho ordens da presidência para procurar o doutor Alvim. Não faço nem ideia de onde possa estar, mas o serviço secreto já está trabalhando para localizá-lo. Se tiver mais alguma informação, avisá-los-ei.
O secretário saiu da sala com o pensamento distante. A incumbência de localizar o doutor Alvim, depois de tantos anos, era uma tarefa das mais difíceis. Sabia que, desiludido, abandonara a pesquisa e fora viver recluso em algum recôndito distante. Sem esposa, sem filhos e com pouquíssimos amigos vendeu seus bens e partiu logo após ser demitido. Seus colaboradores continuam trabalhando em pesquisas científicas, porém nunca mais ouviram falar dele. A única parca informação veio da doutora Louise que trabalhou a seu lado durante muitos anos. Antes de partir segredou-lhe que viveria no Pantanal Matogrossense até o final de seus dias."