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segunda-feira, 31 de março de 2014

Anjinhos - Casimiro Cunha

ANJINHOS



Ó mães que chorais na vida

Os vossos ternos anjinhos,

Que quais meigos passarinhos

Cindiram o espaço azul,

Deixando-vos sem conforto,

O peito dilacerado,

O coração desolado,

A alma tristonha e exul,





Reconhecei que na Terra

Só se conhecem as dores,

Os prantos, os amargores,

As frias noites sem luz;

E os vossos filhinhos ternos,

Quais centelhas luminosas,

São as flores mais formosas

Das moradas de Jesus.



São mensageiros felizes

Nas radiantes alturas,

Em meio das luzes puras,

De outras rútilas esferas,

Resplandecendo imortais

Nos espaços deslumbrantes,

Quais reflexos brilhantes

Das celinas primaveras.



Visitam os vossos lares

Como gênios protetores,

Ofertando-vos as flores

Do seu afeto eternal;

Osculam-vos ternamente,

Insuflando-vos coragem,

Ao transpordes a voragem

Do abismo negro do mal;



Alegrai-vos, pois, ao verdes

Quando partem sorridentes,

Venturosos, inocentes,

Como fúlgidos clarões;

Eles farão despertar

As alvoradas formosas,

De luzes esplendorosas

Dentro em vossos corações.

Livro -  Parnaso de Além Túmulo - Francisco Cândido Xavier