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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Velhas Árvores - Olavo Bilac

Olha estas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas, quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...     [tempestades]
O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas. 
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo!  envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:
Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

terça-feira, 9 de julho de 2013

Os versos da Morte - Romance Policial - Autor - Ernani Clarete da Silva




Um professor de uma Universidade Federal é encontrado morto na frente do computador em seu gabinete. A autópsia efetuada por uma conceituada médica legista, doutora Patrícia Madureira constata morte suspeita. Assassinato ou suicídio? O delegado chefe da divisão de homicídios, Mário Coimbra assume o caso. Coimbra é um negro de aparência exótica e extremamente inteligente. Enfrenta sérios problemas de preconceito racial culminando com intenso movimento cujo objetivo é afastá-lo do caso. Na sequência, mais mortes acontecem na mesma universidade. Sob intensa pressão da comunidade Coimbra mergulha num complicado emaranhado de evidências até que no limite de sua capacidade dedutiva, resolve os casos. Um final surpreendente que desafia a imaginação do leitor.

domingo, 7 de julho de 2013

Tomamos a Vila depois de um Intenso Bombardeamento - Fernando Pessoa


A criança loura 
Jaz no meio da rua. 
Tem as tripas de fora 
E por uma corda sua 
Um comboio que ignora. 

A cara está um feixe 
De sangue e de nada. 
Luz um pequeno peixe 
— Dos que bóiam nas banheiras — 
À beira da estrada. 

Cai sobre a estrada o escuro. 
Longe, ainda uma luz doura 
A criação do futuro... 

E o da criança loura? 

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"