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quinta-feira, 6 de março de 2014

QUANDO ME AMEI DE VERDADE - Autora: Kim McMillen & Alison McMillen

QUANDO ME AMEI DE VERDADE

Quando me amei de verdade
pude compreender
que em qualquer circunstância,
eu estava no lugar certo,na hora certa.
Então pude relaxar.
Quando me amei de verdade
pude perceber que o sofrimento
emocional é um sinal de que estou indo
contra a minha verdade.
Quando me amei de verdade
parei de desejar que a minha vida
fosse diferente e comecei a ver
que tudo o que acontece contribui
para o meu crescimento.
Quando me amei de verdade
comecei a perceber como
é ofensivo tentar forçar
alguma coisa ou alguém
que ainda não está preparado.
- inclusive eu mesma.
Quando me amei de verdade
comecei a me livrar de tudo
que não fosse saudável.
Isso quer dizer: pessoas, tarefas,
crenças e – qualquer coisa que
me pusesse pra baixo.
Minha razão chamou isso de egoísmo.
Mas hoje eu sei que é amor-próprio.
Quando me amei de verdade
deixei de temer meu tempo livre
e desisti de fazer planos.
Hoje faço o que acho certo
e no meu próprio ritmo.
Como isso é bom!
Quando me amei de verdade
desisti de querer ter sempre razão,
e com isso errei muito menos vezes.
Quando me amei de verdade
desisti de ficar revivendo o passado
e de me preocupar com o futuro.
Isso me mantém no presente,
que é onde a vida acontece.
Quando me amei de verdade
percebi que a minha mente
pode me atormentar e me decepcionar.
Mas quando eu a coloco
a serviço do meu coração,
ela se torna uma grande e valiosa aliada.



Autora: Kim McMillen & Alison McMillen
Editora Sextante

A DROGADIÇÃO DOS JOVENS – estratégia das Trevas - Formato PDF para baixar



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A DROGADIÇÃO DOS JOVENS – estratégia das Trevas

INTRODUÇÃO Uma coisa que sempre tem acontecido com as pessoas desajustadas é sua condenação tanto pela Justiça estatal ou religiosa quanto pelo juízo das pessoas que se comprazem em analisar a conduta alheia, numa indébita invasão da privacidade.

ACESSE O SITE DO AUTOR E FAÇA O DOWNLOAD EM PDF.

http://www.luizguilhermemarques.com.br




Ciência Cósmica - Introdução -


INTRODUÇÃO
            "Na Terra, no geral, as pessoas podem ser comparadas aos habitantes de uma ilha, da qual se avistam outras, mas cujo atraso tecnológico não lhes permite se comunicarem, de qualquer forma que seja, com os habitantes dessas outras ilhas e, assim, aqueles primeiros acreditam que a única ilha habitada é a sua e todas as demais são desabitadas.
            A ignorância é a pior das cegueiras, sendo que, por isso, Jesus disse: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.”
            Assim, voltando à realidade dos terráqueos, pensam, no seu geral, que o Universo é vazio e que, tirante a Terra, pequenino grão de areia no Universo infinito, pensam que os demais astros não servem para outra coisa que não seja para enfeitar as noites terrenas, imaginando que a abóbada celeste ficaria pobre sem o brilho das estrelas e dos outros astros que povoam o firmamento noturno.
No fundo, a maioria das pessoas da Terra, se não manifesta explicitamente essa forma de pensar, na verdade assim acredita, ou seja, que o Universo é um imenso vazio, sem sentido, uma pura e simples inutilidade, tal como pensavam,há muitos milênios atrás, os habitantes do Egito antigo, da Atlântida e da Lemúria.
            O primarismo mental da maioria dos terráqueos é entristecedor, porque, mesmo aqueles que ostentam vaidosamente seus diplomas universitários, costumam ser rudimentares no que pertine às grandes realidades universais, ou seja, a Ciência Cósmica, se compararmos esses homens e mulheres com os habitantes, por exemplo, de Marte, Vênus e Saturno, para mencionarmos apenas planetas próximos da Terra em termos evolutivos.
            Todavia, muitos seres desses outros planetas têm reencarnado seguidas vezes na Terra a fim de fazerem-na evoluir intelectual e moralmente, pois esse é um dos deveres dos Espíritos Superiores, tal como aos adultos compete ensinar as crianças a ler e escrever, cuidarem da própria higiene corporal e prepararem-nas para, um dia, assumirem o papel de pessoas adultas.
            A humanidade da Terra é psicologicamente adolescente, quase infantil, pois, tendo à sua disposição, por exemplo, a desintegração atômica, utilizou-a para varrer do mapaHiroshima e Nagasaki; aprendendo a voar com Santos Dumont e os irmãos Wright, bombardeou populações indefesas e, contando atualmente com a Internet, aplica-a na divulgação da pornografia e das futilidades.
            Tratam-se de contribuições de Espíritos provenientes de mundos superiores, como no caso, por exemplo, de Wolfgang Amadeus Mozart, que nasceu na Terra, no século XVIII, para contribuir para a evolução da Música, e, ainda assim, apesar de todo aquele esforço, secundado por Beethoven, Schubert, Chopin e outros, a maioria da humanidade da Terra até hoje prefere os barulhos primitivos, como verdadeiros gorilas humanos, que balançam o corpo ao ritmo dessas verdadeiras anomalias sonoras, que são as músicas de hoje, no seu geral.
            Emissários do Governo Planetário, representado por Jesus, fazem sua trajetória pelo mundo terráqueo, procurando desenvolver todos os ramos da atividade humana, e, agora, neste início do terceiro milênio, muitos Espíritos provenientes de mundos mais evoluídos estão ajudando, como encarnados ou como desencarnados, no esclarecimento desta humanidade, a fim dos terráqueos entenderem que o poder mental é a única verdadeira potência do Espírito na fase humana e que esse poder deve ser treinado, para constituir-se em ferramenta valiosa, porque o primitivismo é tão grande que ainda se utilizam armas ofensivas, pratica-se a corrupção e a maioria vive em função dos interesses mais desprezíveis, resumindo-se sua vida no “comer, dormir e reproduzir”, mesmo quando a aparência requintada tenta encobrir essa triste realidade.
            O Planejamento do Universo não permite que seres moralmente primários ultrapassem determinadas barreiras, pois têm de aprender, primeiro, a enxergar em si mesmos a realidade espiritual e assim também em relação aos demais seres.
Enquanto não entendermos isso, tudo de mais importante nos é interdito, tal como não se entrega as chaves de uma residência a uma criança que mal sabe cuidar de si.
            Nossa tarefa, presentemente, através deste livro e de todas as outras formas de comunicação com os encarnados de boa vontade, é mostrar-lhes que cada ser, seja de que Reino da Natureza for, é um Espírito e que o pensamento, no caso dos seres humanos, deve ser educado, transformando-se em valiosa ferramenta a serviço do progresso, mas isso depende da aquisição das virtudes da humildade, desapego e simplicidade, sem o que qualquer iniciativa tende a inclinar-se para o Mal e Deus “não dá pérolas aos porcos”, apesar, por outro lado, de não deixá-los morrer de inanição.
            Compenetrem-se, prezados irmãos, dessas realidades do Espírito e evoluam para merecerem continuar reencarnando na Terra.
            A Ciência Cósmica é a que Jesus e Seus emissários vêm ensinando na Terra desde tempos imemoriais e outros Espíritos Superiores ensinam em todos os recantos do Universo.
            Essa Ciência não é válida apenas para um mundo em particular, mas aplica-se a todo o Universo, porque a Lei Divina rege todos os seres sem distinção, dos subatômicos aos angelicais, pois todos são feitos da mesma essência divina e evoluem até o infinito, seguindo o mesmo caminho.
            É preciso que os habitantes da Terra aprendam essa Ciência, porque não há mais lugar para separatismos,baseados na pretensa superioridade de uma corrente religiosa ou filosófica, uma vez que qualquer rótulo significa primitivismo e, no caso da Terra, Jesus não autorizou ninguém a instituir qualquer separatismo, mesmo que sob o pretexto de homenageá-l’O.
            Trabalhemos pelo progresso, unindo-nos em torno de Jesus, sob o estandarte do Amor Universal, que não deve circunscrever-se ao mundo terráqueo, mas abranger todo o Universo.
            Quando, por exemplo, olharmos o planeta Vênus, no céu noturno, enviemos nosso pensamento de solidariedade a essa humanidade vizinha e peçamos-lhe ajuda para nossos empreendimentos no Bem.
            Que a bênção de Deus seja compreendida por todos nós, que Lhe devemos render graças e Lhe agradecer pelo dom da Vida."


Um Trem para o Fim do Mundo - Capítulo 1

 homem sempre dominou o mundo. Como se sabe desde o tempo das cavernas. Éramos arrastadas pelos cabelos e fazíamos sexo de quatro como os animais. Verdade? Pouco nos interessa. Sabemos, pois, que atravessamos milênios subservientes e na maioria dos casos servindo às suas necessidades. Vivemos sempre na mais pura obscuridade. Algumas raríssimas exceções destacaram-se eminentemente nas artes, na política, na ciência, mas em geral fomos esposas fiéis, mães dedicadas e exímias donas de casa. O mundo que vivemos é um primor? Pergunto! O domínio do sexo masculino durante toda a existência trouxe qualidade de vida aos seres humanos? O planeta está falido?... O que vocês acham? Os machões erradicaram a miséria, a corrupção, a ganância? Não minhas amigas... Tivemos uma parcela de culpa; porém ínfima, porque nunca tivemos a verdadeira oportunidade. Algumas presidentas e rainhas governando à moda masculina, com opressão e imposição, esqueceram-se que a vida é gerada em seus ventres. Que o alimento sorve de seus seios, que a tolerância e a mansuetude são características do chamado sexo frágil. E as poucas que detiveram o bastão passaram-no aos homens como a conscientizarem-se de sua incapacidade. Minhas amigas..., a hora é agora... Levantar-nos-emos de uma vez por todas ou ficaremos eternamente vendo os homens destruírem o mundo com imposições e atitudes machistas. As portas abrir-se-ão sem dúvida, cabe a nós adentrarmos. Eles já tiveram o seu tempo..., e muito tempo por sinal. Desperdiçaram-no. Demonstraram a incompetência arraigada nos seus músculos, na prepotência de um falo entre as pernas, achando pois que tudo curvar-se-ia diante de sua arrogante masculinidade.
  Dotada de grande beleza e uma inteligência ímpar, Roxane sempre se impôs na vanguarda do pensamento. Destoava das amigas que enfatizavam o penteado, as fofocas e os namoricos. Aos doze anos, no colégio, escreveu um artigo onde o mundo seria governado por mulheres. Uma utopia, um ensaio. Sabia que sociedades radicais e fundamentalistas estariam longe, muito longe de vivenciarem tais mudanças. Mas sabia, contudo, que se a semente não começasse a ser lançada, talvez, centenas ou milhares de anos à frente o mundo seria mera cópia do passado sombrio. Sombrio na visão dos inconformados, mas satisfatório na visão de povos destituídos de liberdade de pensamento. O gene do conformismo passado de pai para filho durante gerações vem de encontro ao que ditadores e tiranos esperam de seus comandados.

  Roxane perdera os pais aos quinze anos de idade. Não aceitou tutela e viveu sozinha no imenso casarão de um bairro nobre. Promovia debates e palestras todos os fins de semana com as amigas. Arregimentou quase trinta moças e fundou A Irmandade da Renovação. A fidelidade, a discrição e o segredo, eram a tônica. Pais, irmãos, namorados, não podiam sequer imaginar a finalidade dos encontros.

  — Roxane..., não será uma luta inglória nossa pretensão?

  Havia razão para Jenifer proferir tal pergunta. Tratava-se da mais recente Irmã a aderir ao grupo e como tal nutria grande dificuldade imaginar uma reviravolta no status quo.

  — Minha cara Irmã – respondeu. – Nossa luta não será um fim em si mesma. Será apenas a semente lançada ao solo para que futuramente alguém inicie a grande colheita.

  Sendo ou não da Irmandade o tratamento e o nível de amizade era o mesmo. Na visão de Roxane um grupo exclusivista e radical tornar-se-ia vulnerável. Assim sendo todas as atividades do dia a dia eram completamente normais, chegando ao ponto de pequenos desentendimentos serem esquecidos ou postergados em prol dos seus ideais. Porém, Laura Anderson, uma das mais antigas – que junto com Mariane e Roxane fundaram a Irmandade –, postava-se bem mais radical. Nem todas, porém, alcançavam a distância de Roxane no que concerne a um projeto contínuo. Impulsivamente pensavam em plantar e imediatamente colher os frutos. Mariane uma morena de cabelos pretos quase na cintura, com olhar misterioso e penetrante – aquela que os rapazes sonhavam e se desmanchavam em elogios. – Monitora de sua classe usava seu poder inato de persuasão para convencer as meninas. E o grupo em apenas dois anos alcançava vinte e oito moças que juraram fidelidade e participavam ativamente.

  Nas reuniões, portanto, o discurso tomava ares impactantes transformando meninas dóceis e comportadas em verdadeiras lutadoras pelo ideal.

  Minhas amigas... Temos consciência de que dificilmente chegaremos a cargos de poder. Muitas talvez alcancem profissões que mesmo extremamente importantes não proporcionem mudanças significativas. Mas prestem atenção... Podem influenciar seus pais, maridos e irmãos. Nosso comprometimento com a causa vai de encontro com o comprometimento pelas filiadas da Irmandade. Nosso interesse não é destruir o homem, nem tomar o seu lugar. Nossa luta é pela igualdade, pela oportunidade de concorrer de igual para igual.”

  Laura levantou-se de sua cadeira e pediu a palavra:

  — Vocês sempre souberam da minha postura radical. Comparo os nossos tempos a uma guerra silenciosa, obscura, e numa guerra você mata ou morre. O sistema nunca se modificará, tenho certeza. Tenho absoluta certeza que nunca darão espaço para as mulheres.

  — Mas no passado conseguimos muita coisa... – assentiu Roxane.

  — No passado... Ah, no passado o mundo era integrado, interligado por conexões virtuais. Sistemas abertos e igualitários influenciavam os governos e as conquistas ideológicas eram implantadas aos poucos. Agora, Roxane, só há um sistema. Não sofre influência de ninguém a não ser de si mesmo. Não há uma sociedade a espelhar-se a não ser em um passado distante. Não há nada lá fora ou se há não sabemos o que é.

  — Há sim, Laura. Lá fora estão os que não se coadunam com o sistema. Talvez por isso não haja necessidade de presídios.

  — E o que é o “lá fora”? Alguém já informou? Um mundo de monstros que devoram os deserdados? Ora pessoal... Proponho uma atitude muito mais concisa, Irmãs. Temos que destruir os homens.

  — Destruir os homens será destruir nossos pais, nossos irmãos.

  — Não, Mariane; quando digo destruir não quer dizer matar. Destruir no sentido desmoralizá-los, boicotá-los. Não seguirmos suas regras e orientações, não comprarmos em suas lojas. Roubá-los até.

  — Roubá-los? – retrucou Roxane. – Aí estaremos andando para trás. Não é por aí que devemos iniciar uma revolução.

  — Vocês são muito ingênuas, garotas. Enquanto estamos aqui discutindo, gerando filhos, amamentando-os, os homens estão por aí mandando e desmandando. Chegam à noite vomitando arrogância e nós temos obrigação de abrir as pernas para eles.

 Eis que Débora levanta a mão e pede a palavra:

  — Roxane, estou muito assustada. Temo que nos descubram e me mandem para longe de minha família.

  — Então, você prefere o comodismo da subserviência?

  — Talvez. Será muito difícil convencer milhares de mulheres dóceis, filhas amáveis e esposas fiéis de uma hora para outra levantarem bandeiras contra a masculinidade.

  —Mas não é isso a que nos propomos, Débora.

  — Mas é o que propõe a Irmã Laura.

  —Isso é normal, minha Irmã – aventou Roxane tentando minimizar o efeito das palavras contundentes de Laura. – Em todos os processos existem discordâncias, mas discutiremos tudo à exaustão.

  — Roxane, eu preciso que me entenda. Estou fora!

  Todas as meninas calaram. Era como uma nuvem negra a abater-lhes as aspirações. Um gosto amargo de fel impregnando suas bocas sedentas de idealismo.

  — Vocês não imaginam no que estão se metendo. A sociedade machista, o sistema fascista, esmagará qualquer rebelião.

  — Não, Débora. Você está errada... Não faremos uma rebelião pelas armas e sim pela consciência.

  – Lembrem-se de que os livros de história contam que num passado distante um Messias tentou enfrentar o Império Romano implantando novas formas de agir e pensar. Vocês sabem no que deu!...

  — Você se refere a Jesus Cristo? Ora Débora... Ele conseguiu, sim! Precisou se tornar um mártir, mas conseguiu.

  — E o que vocês pretendem? Tornarem-se mártires?

  —Débora, não existem mais...

  — Eu sei. Há séculos as execuções e os presídios foram extintos, porém eu lhe pergunto... – e a plateia composta de quase trinta adolescentes não se manifestava diante do debate acalorado. – Alguém aí entre vocês – e virou-se para as Irmãs – pode afirmar com clareza para onde são mandados os condenados? Semana passada uma mulher do meu bairro com atitudes voltadas para o lesbianismo desapareceu como por encanto. Nunca mais se ouviu falar dela.

  Jenifer levantou-se prontamente e se fez ouvir:

  — No ano passado uma vizinha saiu para trabalhar e nunca mais apareceu. Seus parentes procuraram-na em vão. Recorreram à polícia e até aos escalões políticos e nada. O boato que correu no bairro é que ela traía o marido. Disseram que havia sido convocada várias vezes para dar depoimentos, até que então...

  — Sumiu para sempre... – asseverou Débora.

  — É, sumiu.

  — Estão vendo, minhas amigas. Todas vocês devem conhecer fatos relacionados a vizinhos e parentes. Estamos aqui na casa de Roxane brincando com fogo.

  — Mas, Débora! Você quer que desistamos do nosso ideal e fiquemos indefinidamente a mercê deste sistema opressor? É o que você pretende?

  — Eu não sei de mais nada, Roxane. Não sei de mais nada.

 — Você não acha que o medo impede mudanças? Não seria hora de nos rebelarmos de uma vez por todas? Se todas as mulheres em cada canto de nosso país levantassem seus bumbuns e clamassem por seus direitos... São séculos de leniência e subserviência ao sexo masculino.

  — Mas, Roxane, o mundo sempre foi assim.

  — Não, Débora. Os livros contam que num dado momento da história, talvez mil anos atrás, as mulheres tiveram igualdade. Conseguiram cargos importantes. Foram presidentas, ministras, governadoras. Presidiram empresas das mais importantes no mundo.

  Você é uma sonhadora, minha Irmã. Tempos tão longínquos que se perderam na poeira da ilusão.

  —Não, não foi ilusão. Foi pura realidade.

  — Realidade? Como as conquistas espaciais, a tecnologia, a democracia? Tudo muito bonito nos livros de história.

 — Mas podem voltar – rebateu Juliete.

  — Pode, Irmã – retrucou Débora virando-se para ela que ocupava duas cadeiras atrás. – Tudo pode voltar... As guerras, as disputas religiosas. Todos os sistemas têm suas falhas e seus acertos. Não pensem que nos tempos antigos tudo era maravilhoso. O que existe hoje pode ser considerado como o somatório de tantos séculos de erros. Estamos afundando cada vez mais na lama da imoralidade.

  —E é para isso que estamos aqui debatendo, Irmã.

  — Minhas amigas... – e pausou como dando um tempo para reflexão. – Meu ideal é o mesmo de vocês, não pensem de outra maneira, mas temo por nossas vidas. Não sei até onde “eles” se manterão alheios às nossas intenções.

  — Há pelo menos dois anos que nos reunimos e nunca aconteceu nada – concluiu Juliete.

  — Por isso mesmo. No princípio não passávamos de meninas mimadas da classe média debatendo ideias. O tempo foi passando e nosso grupo aumentando e tomando forma de rebelião.

  — E como poderiam nos identificar? Você acha que alguém poderia nos trair?

 — Bastaria que um parente ou namorado desconfiasse de nossas reuniões.

  — Está bem, Débora. Não nos alonguemos mais. Proponho uma votação para decidirmos o que fazer. Quem quiser pular fora, como Débora, que o faça agora. As que continuarem terão que ir até o fim, sofram as sanções que sofrerem.

  — Roxane! – interrompeu Jenifer.– Ouvi falar que os condenados são mandados para o fim do mundo.

  —Deixa de bobagens, Jenifer. Fim de mundo... O que é isso? Pessoas que somem, fim de mundo, tudo besteiras.

  — Eu vou com Débora – afirmou. – Estou fora.

  — Mais alguém? – redarguiu Roxane dirigindo-se às demais com veemência.

  O silêncio pairou no pequeno auditório dentro do galpão. Nos fundos do quintal de Roxane, acobertadas por muros de três metros de altura, sentiam-se protegidas; bem, até aquele instante. Até que Débora abrisse os olhos daquele grupo de meninas onde a única intenção era a luta pela igualdade.

  —Não participarei de mais nenhuma reunião, fiquem tranquilas. Nunca sairá de minha boca alguma palavra sobre a Irmandade. Porém se algum dia vocês forem pegas, lembrem-se de que não mais pertenço ao grupo.

  —É uma pena, minha cara, pois não posso mais chamá-la de Irmã. Não a condeno, pois é livre para desistir, mas infelizmente pessoas como você impedem a transformação da sociedade.

  — Desculpem, amigas – e se retirou.

  Débora e Jenifer despediram-se e deixaram silenciosamente a casa de Roxane. A Irmandade acabara de sofrer as primeiras baixas desde quando fora criada. Perplexas e introspectivas olharam a líder como a esperar palavras de consolo. Palavras que corroborassem seus anseios e expurgassem as dúvidas que Débora então havia semeado. Como a pressentir o desejo de explicações, Roxane fala:

  A reunião de hoje está encerrada. As Irmãs que ficaram por livre e espontânea vontade, a partir de agora, estão compromissadas como nosso objetivo. Darão o sangue pela missão independentemente do que possam sofrer. Não estamos aqui discutindo o sexo dos anjos e sim o futuro de Esperanza. O futuro da humanidade. Se querem que tudo continue na mesma, ainda é tempo de desistirem e correrem para o conforto de seus lares e a segurança de seus pais. Discutiremos o enfoque de nossa Irmã Laura para que possamos decidir sobre uma ação mais contundente. Laura presidirá a próxima reunião na quarta-feira à noite e explicitará suasideias radicais

para que debatemo-las.