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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

O ABC da corrupção e da impunidade

Paulo Couto Araujo

O Poder Judiciário é o responsável pela corrupção no Brasil. Se os juízes colocassem na prisão os políticos corruptos e os ladrões de colarinho branco, não existiria tanta corrupção.
Mas, com a certeza da impunidade, garantida pela Justiça, a corrupção nunca vai acabar. Os políticos corruptos e os ladrões de colarinho branco não respeitam a Justiça e continuam assaltando os cofres públicos porque sabem que ficarão impunes.
Só quem respeita a Justiça é o cidadão comum, honesto e trabalhador, que paga os impostos que são desviados da saúde, da educação e da segurança, para garantir a mordomia de políticos corruptos e da máquina do Governo, com 39 Ministérios – em sua maioria absolutamente desnecessários – criados exclusivamente para servir de feudo dos caciques da política, assim como os 30 mil cargos de confiança, que são distribuídos entre os parasitas e incompetentes do PT, PMDB, PCdoB e demais partidos da chamada “base aliada” (o nome é bem sugestivo), como uma verdadeira ação entre amigos.
Aliás, os pelegos do PT já estão todos devidamente empregados nas tetas do Governo, como declarou recentemente o presidente do Partido.
Costuma-se dizer que os políticos corruptos e os ladrões de colarinho branco não vão para a prisão porque a lei permite. Mas isso é uma balela porque a lei que prende o pobre, o preto e a puta, é a mesma que deixa em liberdade os políticos corruptos e os ladrões de colarinho branco.
Atualmente, com o povo nas ruas, é possível até que os mensaleiros venham a ser presos, pois condenados já foram. Talvez os novos Ministros indicados pelo PT, além dos dois que lá estão, junto com o que gosta de soltar banqueiro, entendam o que o povo está querendo dizer nas ruas.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

De pimenta e a velhinha de Taubaté


Após mais um manifesto popular em frente ao Palácio Laranjeiras, o governador do Rio, Sérgio Cabral, declarou que tais fatos eram "uma tentativa de desgaste das forças públicas e das forças policiais preocupante para a democracia". Se o governador estiver se referindo ao vandalismo, talvez ele tenha alguma razão, mas as causas dos atuais atos de violência (nas manifestações populares) estão diretamente vinculadas aos anos e anos de vandalismo (violência) levado a efeito pelo poder público do país.
Entretanto, se o governador estiver efetivamente preocupado com a democracia, na qualidade de homem público que aparenta ser, deveria estar (faz tempo) criticando (e consertando) fatores bem mais “preocupantes para a democracia” e estes fatores, quase em sua totalidade, foram e são produzidos diuturnamente pelo poder público em suas três esferas ditas harmônicas e independentes.
É claro que o governador (por não ser um débil mental) sabe que uma sentença transitada em julgado TEM que ser cumprida, sob pena de solapar a segurança jurídica (um dos pilares da democracia). Sabe também que é função basilar do Estado (principalmente via judiciário) buscar diminuir as tensões sociais e o desconforto (físico e espiritual) da população. Entretanto, o governador nunca abriu a boca para protestar contra o regime dos precatórios (uma excrescência jurídica, política e humana) que é seguramente um instrumento de desrespeito às leis e com potente difusor de tensões sociais. Pelo contrário, sempre usou e abusou deste estado de coisas e sonha que o pagamento dos indigitados precatórios seja estipulado para dia do nunca.
Nunca vi o político Sérgio Cabral se manifestar contra privilégios e privilegiados, o que seguramente esgarça o fundamento da democracia, mas pululam notícias de que ele é viciado nos privilégios que compõem o cardápio seleto dos riquinhos.
Nunca vi uma palavra do governador contra a impunidade que é um câncer para a democracia, mas a realidade nos mostra que ele mesmo está no rol dos impunes (caso um dia venha a ser acusado).
Nunca li declarações do governador externando suas preocupações com o enfraquecimento do regime democrático. Decerto não o fez porque nunca julgou que tantos e quantos atos de iniquidades e sandices cometidos pelo poder público fossem óbices para o bom andamento da democracia. Então, após tantos e tantos anos de vida pública (e cargos no poder), o governador descobriu que manifestações públicas colocam a democracia em risco.
Tais posturas patibulares diante das câmeras e tantos argumentos frouxos despejados nos microfones, executados por inconfiáveis jabarandaias do poder, são mais ameaçadores à democracia do que pode imaginar a vã filosofia acochambrada com as mordomias e arrogâncias dessa república nada republicana.
Ainda bem que, desde criança, conheço o adágio popular de que pimenta, quando nos outros, é refresco.