Dizem que quando a Terra começava
A ser habitação de forças vivas,
Nas telas primitivas,
Tudo passara a ser agitação de festa;
As cidades nasciam
Em singelas aldeias na floresta...
A beleza imperava,
O verde resplendia,
Toda a vegetação se espalhava e crescia,
Dando refúgio e proteção
Aos animais,
Do mais fraco ao mais forte...
O progresso ganhava as marcas de alto porte.
No campo, as plantas todas
Respiravam felizes,
Da folhagem no vento à calma das raízes;
Era um mundo de belos resplendores,
Adornado de flores,
Com uma estranha exceção.
Tão-somente, o espinheiro,
Era triste e sozinho
Uma espécie de monstro no caminho,
De que ninguém se aproximava,
Todo feito de pontas agressivas,
Recordando punhais de traiçoeiro corte,
Que anunciavam dor e feridas de morte.
De tanto padecer desprezo e solidão,
Um dia, o espinheiral
Fitou o Azul Imenso e disse em oração:
- Senhor, que fiz de mal
Para ser espancado e escarnecido,
Todos me evitam cautelosamente
Como se eu não devesse haver nascido...
Compadece-te, oh! Pai, da penúria que trago,
Terei culpa das garras que me deste?
Acendes astros mil para a noite celeste,
Vestes a madrugada em mantilhas vermelhas,
Dás lã para as ovelhas,
Inteligência aos cães, cântico às neves,
Estendeste no chão a bondade das fontes
Que deslizam suaves
Na força universal com que desdobras,
A amplitude sem fim dos horizontes,
Em cujo místico esplendor
Falas de majestade, paz e amor...
Não me abandones, Pai, às pedras dos caminhos,
Se posso, não desejo
Oferecer somente espinhos...
Quero servir-te à obra, aspiro a ser perfume,
Inspiração e cor, harmonia e beleza,
Para falar de ti nas leis da Natureza.
Dizem que Deus ouviu a inesperada prece
E notando a humildade e a contrição do espinheiral,
Mandou que, à noite, o orvalho lhe trouxesse
Um prodígio imortal.
Na seguinte manhã, logo após a alvorada,
Por entre exalações maravilhosas,
O homem descobriu, de alma encantada,
Que Deus para mostrar-se o Pai e o Companheiro,
Atendendo a oração pusera no espinheiro
A primeira das rosas.
Maria Dolores - Psicografia - Francisco Cândido Xavier
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quinta-feira, 8 de agosto de 2013
<blockquote class="twitter-tweet"><p><a href="http://t.co/a2jy41gEsE">pic.twitter.com/a2jy41gEsE</a></p>— amcguedes (@amcguedes) <a href="https://twitter.com/amcguedes/statuses/365541500660105216">August 8, 2013</a></blockquote>
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quarta-feira, 7 de agosto de 2013
País torto 2-Desde julho deste ano que o STE havia assinado um convênio (?) com o SERASA
Desde julho deste ano que o STE havia assinado um convênio (?) com o SERASA, no qual este teria acesso aos dados dos milhões de eleitores.
Quando agora foi noticiado pela grande imprensa, a presidente do TSE (ministra do Supremo, Cármen Lúcia) reagiu com desagrado, estranhando o ocorrido.
Em tom mais incisivo, o vice-presidente do TSE (ministro do Supremo, Marco Aurélio Mello) declarou que:
"Tempos muito estranhos nós estamos vivendo no Brasil. O TSE é depositário de dados e dados cobertos pelo sigilo. E esse sigilo só pode ser afastado mediante ordem judicial para efeito de investigação criminal ou instrução de inquérito. Fiquei pasmo com a notícia, liguei imediatamente para a presidente [Cármen Lúcia], que também estava surpreendida".
Realmente são tempos muito estranhos.
Restam aos mandatários do STE explicarem (?) como a aprovação de tal convênio (seguramente inconstitucional) foi sacramentado sem o conhecimento deles? Mais ainda, devem tornar pública a punição aplicada ao (ir) responsável pelo tresloucado gesto.
Um outro problema é o da crise de confiança que se agudiza. Neste país torto, de tantas trampicolagens, o cidadão olha desconfiado e começa a imaginar o que (ou quanto?) está por trás de mais este malfeito.
País torto
A verdade é que não mais conseguimos sair de casa, mesmo que para um inocente passeio com a família, e não nos deparemos com as inúmeras contradições sócio-legais que nos rodeiam e mesmo nos sufocam. Certo que a contradição é inerente ao ser humano, mas estou me referindo àquelas que resultam de medidas que são implementadas para garantir privilégios.
Pois estava eu passeando com o meu filho pela orla marítima do Recreio dos bandeirantes e ele ia descrevendo as praias. Tudo locais frequentados pelos riquinhos. Grumari e...
Leio num site o seguinte: “Grumari é lindo, desde a Prainha até a praia da Macumba. São perfeitas, mas cuidado pra não parar na praia de nudismo sem querer, você vai levar um baita susto”.
Segundo entendi a praia de Abricó (privilegiada pelo localização e pela beleza), que fica entre as praias de Prainha e Grumari é oficialmente uma área de nudismo, conforme o Resolução nº 64/94, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente / Decisão Judicial de 30/09/2003.
Tudo bem, tudo legalizado, nos conformes. O problema é que por mais legal que seja, tal excrescência jurídica tem cheiro e fede a privilégio.
Não devemos olvidar que o nosso Código Penal pune o cidadão que fica nu em local público e a tal praia é pública. É tão estranho que não se pode andar por lá “normalmente” vestido e que lá não tem bombeiro salva-vidas exatamente por que o mesmo teria que ficar pelado.
Tudo isso em nome de quê?
De uma minoria que gosta de andar pelada. Existe uma série de coisas que as pessoas desejariam fazer e que são proibidas... e nem por isso se cria exceções.
Não sei se a tal Resolução e a Decisão Judicial têm legalidade, pois que municipais e o Código Penal é nacional.
O que sei é que, independente das questões morais, na prática, o que sê vê lá naquele paraíso é uma praia, que é pública, ser transformada em propriedade de uns poucos adeptos do naturalismo.
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
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