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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A LENDA DA ROSA

Dizem que quando a Terra começava A ser habitação de forças vivas, Nas telas primitivas, Tudo passara a ser agitação de festa; As cidades nasciam Em singelas aldeias na floresta... A beleza imperava, O verde resplendia, Toda a vegetação se espalhava e crescia, Dando refúgio e proteção Aos animais, Do mais fraco ao mais forte... O progresso ganhava as marcas de alto porte. No campo, as plantas todas Respiravam felizes, Da folhagem no vento à calma das raízes; Era um mundo de belos resplendores, Adornado de flores, Com uma estranha exceção. Tão-somente, o espinheiro, Era triste e sozinho Uma espécie de monstro no caminho, De que ninguém se aproximava, Todo feito de pontas agressivas, Recordando punhais de traiçoeiro corte, Que anunciavam dor e feridas de morte. De tanto padecer desprezo e solidão, Um dia, o espinheiral Fitou o Azul Imenso e disse em oração: - Senhor, que fiz de mal Para ser espancado e escarnecido, Todos me evitam cautelosamente Como se eu não devesse haver nascido... Compadece-te, oh! Pai, da penúria que trago, Terei culpa das garras que me deste? Acendes astros mil para a noite celeste, Vestes a madrugada em mantilhas vermelhas, Dás lã para as ovelhas, Inteligência aos cães, cântico às neves, Estendeste no chão a bondade das fontes Que deslizam suaves Na força universal com que desdobras, A amplitude sem fim dos horizontes, Em cujo místico esplendor Falas de majestade, paz e amor... Não me abandones, Pai, às pedras dos caminhos, Se posso, não desejo Oferecer somente espinhos... Quero servir-te à obra, aspiro a ser perfume, Inspiração e cor, harmonia e beleza, Para falar de ti nas leis da Natureza. Dizem que Deus ouviu a inesperada prece E notando a humildade e a contrição do espinheiral, Mandou que, à noite, o orvalho lhe trouxesse Um prodígio imortal. Na seguinte manhã, logo após a alvorada, Por entre exalações maravilhosas, O homem descobriu, de alma encantada, Que Deus para mostrar-se o Pai e o Companheiro, Atendendo a oração pusera no espinheiro A primeira das rosas.

Maria Dolores - Psicografia  - Francisco Cândido Xavier
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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

País torto 2-Desde julho deste ano que o STE havia assinado um convênio (?) com o SERASA



Desde julho deste ano que o STE havia assinado um convênio (?) com o SERASA, no qual este teria acesso aos dados dos milhões de eleitores.
Quando agora foi noticiado pela grande imprensa, a presidente do TSE (ministra do Supremo, Cármen Lúcia) reagiu com desagrado, estranhando o ocorrido.
Em tom mais incisivo, o vice-presidente do TSE (ministro do Supremo, Marco Aurélio Mello) declarou que:
"Tempos muito estranhos nós estamos vivendo no Brasil. O TSE é depositário de dados e dados cobertos pelo sigilo. E esse sigilo só pode ser afastado mediante ordem judicial para efeito de investigação criminal ou instrução de inquérito. Fiquei pasmo com a notícia, liguei imediatamente para a presidente [Cármen Lúcia], que também estava surpreendida".

Realmente são tempos muito estranhos.
Restam aos mandatários do STE explicarem (?) como a aprovação de tal convênio (seguramente inconstitucional) foi sacramentado sem o conhecimento deles? Mais ainda, devem tornar pública a punição aplicada ao (ir) responsável pelo tresloucado gesto.
Um outro problema é o da crise de confiança que se agudiza.  Neste país torto, de tantas trampicolagens, o cidadão olha desconfiado e começa a imaginar o que (ou quanto?) está por trás de mais este malfeito.

País torto



A verdade é que não mais conseguimos sair de casa, mesmo que para um inocente passeio com a família, e não nos deparemos com as inúmeras contradições sócio-legais que nos rodeiam e mesmo nos sufocam. Certo que a contradição é inerente ao ser humano, mas estou me referindo àquelas que resultam de medidas que são implementadas para garantir privilégios.
Pois estava eu passeando com o meu filho pela orla marítima do Recreio dos bandeirantes e ele ia descrevendo as praias. Tudo locais frequentados pelos riquinhos. Grumari e...

Leio num site o seguinte: “Grumari é lindo, desde a Prainha até a praia da Macumba. São perfeitas, mas cuidado pra não parar na praia de nudismo sem querer, você vai levar um baita susto”.

Segundo entendi a praia de Abricó (privilegiada pelo localização e pela beleza), que fica entre as praias de Prainha e Grumari é oficialmente uma área de nudismo, conforme o Resolução nº 64/94, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente / Decisão Judicial de 30/09/2003.
Tudo bem, tudo legalizado, nos conformes. O problema é que por mais legal que seja, tal excrescência jurídica tem cheiro e fede a privilégio.
Não devemos olvidar que o nosso Código Penal pune o cidadão que fica nu em local público e a tal praia é pública. É tão estranho que não se pode andar por lá “normalmente” vestido e que lá não tem bombeiro salva-vidas exatamente por que o mesmo teria que ficar pelado.
Tudo isso em nome de quê?
De uma minoria que gosta de andar pelada. Existe uma série de coisas que as pessoas desejariam fazer e que são proibidas... e nem por isso se cria exceções.
Não sei se a tal Resolução e a Decisão Judicial têm legalidade, pois que municipais e o Código Penal é nacional.
O que sei é que, independente das questões morais, na prática, o que sê vê lá naquele paraíso é uma praia, que é pública, ser transformada em propriedade de uns poucos adeptos do naturalismo.