Total de visualizações de página

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

País torto



A verdade é que não mais conseguimos sair de casa, mesmo que para um inocente passeio com a família, e não nos deparemos com as inúmeras contradições sócio-legais que nos rodeiam e mesmo nos sufocam. Certo que a contradição é inerente ao ser humano, mas estou me referindo àquelas que resultam de medidas que são implementadas para garantir privilégios.
Pois estava eu passeando com o meu filho pela orla marítima do Recreio dos bandeirantes e ele ia descrevendo as praias. Tudo locais frequentados pelos riquinhos. Grumari e...

Leio num site o seguinte: “Grumari é lindo, desde a Prainha até a praia da Macumba. São perfeitas, mas cuidado pra não parar na praia de nudismo sem querer, você vai levar um baita susto”.

Segundo entendi a praia de Abricó (privilegiada pelo localização e pela beleza), que fica entre as praias de Prainha e Grumari é oficialmente uma área de nudismo, conforme o Resolução nº 64/94, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente / Decisão Judicial de 30/09/2003.
Tudo bem, tudo legalizado, nos conformes. O problema é que por mais legal que seja, tal excrescência jurídica tem cheiro e fede a privilégio.
Não devemos olvidar que o nosso Código Penal pune o cidadão que fica nu em local público e a tal praia é pública. É tão estranho que não se pode andar por lá “normalmente” vestido e que lá não tem bombeiro salva-vidas exatamente por que o mesmo teria que ficar pelado.
Tudo isso em nome de quê?
De uma minoria que gosta de andar pelada. Existe uma série de coisas que as pessoas desejariam fazer e que são proibidas... e nem por isso se cria exceções.
Não sei se a tal Resolução e a Decisão Judicial têm legalidade, pois que municipais e o Código Penal é nacional.
O que sei é que, independente das questões morais, na prática, o que sê vê lá naquele paraíso é uma praia, que é pública, ser transformada em propriedade de uns poucos adeptos do naturalismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário