ARREMEDOS
Já fui jovem, tive meus sonhos,
minhas manias (no muito inofensivas)
que voaram nas asas da realidade.
Tive meus castelos, meus reinos,
minhas riquezas (ouro, púrpura,
diamantes)
e as desfiz num jogo de cotidiano áspero.
Tive eternas férias, livros raros,
mestres lúcidos, sábios amigos e leais
que a boca da distância engoliu.
Criei meus amores, minhas rusgas,
minha ideologias, meus mitos íntimos
que se perderam na roda da sorte bêbada.
Que riso é este?
Eu digo: é o meu corpo jogado
neste desespero de vida
que mais parece
arremedo e arreganho.
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