Total de visualizações de página

terça-feira, 23 de abril de 2013

Poesia: "Cercas" - in.Livros Semblantes e Noturnos



Entre o sol e o sertão,
as cercas e os garranchos secos
dialogam a secura
e a lonjura dentre a terra e  o infinito.
Essa lida mofina não amaina
e se prolonga noite adentro
            dia afora.
Neste cenário
de sem sabor e calcário,
sem brincadeiras
            o menino não deixa bater a porteira
antes que aconteça
e o mundo desmorone sobre sua cabeça.
A poeira é a versão modificada
da paisagem de aspereza decodificada
pela ilusão vazia do infinito
            que vadia noite adentro,
            afora o dia.
Os demônios, em suas desoras,
premem a mola
que movimenta o mundo
            e fazem a porteira bater
sobre as vidas desvairadas e sem fomentos.
Entre as cercas e os poemas
o homem se banha de terra e infinito,
pois que se vê bendito
            noite afora,
            dia adentro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário