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terça-feira, 28 de maio de 2013
Amanhãs
Talvez amanhã
eu possa sorrir por inteiro
como as crianças em seus brinquedos.
Talvez amanhã
eu aprenda os segredos
da vida livre, sem tantos medos.
E aí, talvez,
eu chegue à terra do nunca
e aprenda aquelas mágicas,
dos casebres e das baiúcas,
de tanta mundiça grávida,
que faz sorrir com os olhos
pousados na visão trágica
da cisão da água e do óleo:
restolho que não educa,
mas alimenta o peito de ódio
ou prescreve a dor caduca
Quem sabe, então,
cubra de fantasia o velho sertão
corroído pela penúria infame
construída por espúrios currais,
apresando gado e homens,
domados como se animais,
buscando refúgio nas antigas fomes
de fadigas inúteis nas catedrais
babujando a vida que se esconde.
Até onde ou quando
os senhores de baraço e cutelo
terão a primazia do selo
e o monopólio dos puteiros
para as orgias nos seus castelos?
Talvez amanhã...
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